19.4.01

Os críticos dos e-books normalmente ficam num nível bem superficial. Ou reclamam da inferioridade da interface dos livros eletrônicos, dizendo que eles nunca vão ser tão bons de ler quanto os de papel, ou falam do cheiro do papel, das texturas do livro... O segundo tipo de crítica normalmente vem acompanhada de alguma história da infância.

Deixando de lado a nostalgia - que eu entendo e sinto - a única crítica realmente pertinente que eu tinha visto até hoje é a dificuldade que vai ser ler informação digital no futuro, quando os formatos atuais forem esquecidos.

No artigo The Last Book, finalmente encontrei mais uma crítica válida. Segungo o autor, vivemos com uma hierarquia das informações. A forma do livro, mais duradoura que outras, está no topo dessa hierarquia.

Se os livros de papel forem substituídos por livros eletrônicos, a hierarquia e a perenidade vão se perder. Perceberemos a cultura apenas como um fluxo.

Outra crítica que o autor faz, também muito interessante, é quanto ao modelo comercial que está sendo adotado. Os livros eletrônicos poderão ser lidos em apenas uma máquina. Nada de emprestar, roubar, comprar na baciada... Com isso, o elemento aleatório na cultura diminuiria, o que também é prejudicial. (RSF)